domingo, 28 de junho de 2015

Diário de Leitura: O Bebê de Tarlatana rosa, conto de João do Rio


Este conto de João do Rio me provocou certa confusão, se trata de um conto de carnaval e como tal imaginei um monte de coisas, festas, namoro, sei lá! mas na verdade é um conto de terror.

Sim, um conto sombrio, arrepiante, inicia-se com Heitor contando numa roda de amigos uma aventura de carnaval, e todos bem interessados prestando atenção aos detalhes da narrativa, coisa que o personagem não economiza, apesar de ser um conto curto, a aventura de carnaval é contada aos pormenores.

Num destes dias Heitor encontra numa destas festas um bebê de Tarlatana (alguém com uma fantasia)
e troca algumas palavras, no dia seguinte encontra de novo com esta pessoa e eles passam a se relacionar até que Heitor pede que a pessoa retire a máscara, Ai que MEDO!!!!!

Muito bom o conto, para quem se interessar segue um vídeo com este conto na íntegra interpretado pelo ator Antônio Abujamra.




sábado, 27 de junho de 2015

Hoje eu comprei livros.



Estes foram os livros que comprei hoje, e o que é melhor, pelo preço de 2 ou 3 Reais cada um.

Então vamos as capas.



























Por hoje é isso, muito feliz com minhas novas aquisições.




quarta-feira, 24 de junho de 2015

Resenha / Alif O Invisível de G. Willow Wilson

Ano: 2015 
Páginas: 352
Editora: Rocco
Sinopse:

Alif, O Invisível - Autora de graphic novels aclamadas e criadora da primeira heroína muçulmana dos quadrinhos, pela Marvel Comics, além do livro de memórias A leitora do Alcorão, a norte-americana convertida ao islamismo G. Willow Wilson dá vida a um jovem hacker vivendo num estado de exceção no Oriente Médio em seu premiado romance de estreia, Alif, o invisível. Primeiro lançamento de 2015 do selo Fantástica Rocco, o livro conquistou o World Fantasy Award e rendeu à autora comparações com escritores como Philip Pullman, Neil Gaiman e J.K. Rowling. Na trama, teologia islâmica, vigilância eletrônica e os acontecimentos da Primavera Árabe se mesclam para tecer uma rica narrativa, na qual o cotidiano colide com o fantástico e o mundo físico com o digital.

"Ele estava havia tanto tempo protegido por trás de seu nick, uma mera letra do alfabeto, que não pensava mais em si mesmo como nada além de um alif."


Em primeiro lugar, e para esclarecer, este livro não é um infanto-juvenil como vocês podem estar pensando, é um livro de fantasia, mas tem uma estrutura complexa, aborda temas reais, algumas vezes até pesados e tem uma linguagem adulta.

Alif, O invisível é um livro diferente, fala sobre temas não muito comuns para a maioria dos leitores, mergulha na cultura árabe, tem uma das personagens principais usando véu, e outra a americana, que é chamada a todo tempo de "A convertida".

O livro inicia-se com um prólogo, onde um homem chamado Reza em seu palácio faz invocações a um ser que só ele consegue ver, através de desenhos no chão, onde este ser misterioso fica aprisionado, seu aprendiz, um rapaz, desleixado, não entende aquilo tudo e muito menos consegue ver tal criatura, pois escolheu ver pela metade.
Este ser misterioso conta de forma forçada para Reza uma infinidade de histórias, que Reza não consegue entender mas que copia literalmente num livro.

"A criatura voltou a se sentar, passando os braços sobre os joelhos, e o fitou.
  Pegue o papel e a pena, disse. Contarei o final da história. Ele vem acompanhado de um aviso.
  – Qual?
  Quando você o ouvir, se tornará outra pessoa."


Após o prólogo, a história começa a ser contada em dias atuais, é narrado em terceira pessoa e fala sobre a vida de Alif, sua vizinha Dina e muitos outros personagens que vão surgindo ao longo da trama, alguns reais outros fantásticos.

O foco principal, a base da trama se desenvolve através de assuntos relacionados a informática, computadores e tecnologia, o que pode ser meio chato para quem não se interessa pelo tema.

Alif é um hacker, ele mora com sua mãe, seu pai mora com sua primeira esposa e família, e parece que acontece alguns ressentimentos devido a isso por parte de Alif, pela ausência do pai, ou por eles serem mais pobres do que a primeira família dele.

"Alif perguntou-se em que ponto a emoção do casamento havia esmorecido para o pai. Desconfiava que tinha sido seu nascimento. Um filho problemático com sangue pagão e a pele escura em sua linhagem, fruto de uma união não sancionada pelos avós, impossível de introduzir na boa sociedade."


Dina é a vizinha e amiga de infância de Alif, a menina que brincava com ele e que passou a ser sua companheira de conversas quando jovem.

Intisar, a namorada proibida, a menina que ele gosta mas que é prometida em casamento para outro homem.

"A ideia de um casamento urfi secreto o enchera de um zelo romântico que agora parecia ingênuo. Imaginara uma cadeia de acontecimentos de conto de fadas: Intisar seria expulsa da casa do pai apenas com a roupa do corpo e Alif, como um homem, assumiria a responsabilidade, deixando-a aos cuidados carinhosos de sua mãe enquanto preparava o lar conjugal."

No inicio a autora nos dá muitas informações, de forma confusa que só se esclarecerá adiante.

Alif possui vários clientes que são protegidos por ele, que constrói barreiras no computador  para que o governo não os enxerguem no mundo digital, tornando-os invisíveis, estes clientes possuem condutas duvidosas, mas Alif não se importa com isso.

Até que um dia o Governo o descobre e invade o seu computador, ao mesmo tempo que Intisar o manda dentro de uma caixa um livro misterioso ( O livro dos Mil dias) e ele começa uma fuga louca junto com Dina entre os mundo reais e fantásticos, conhecendo figuras estranhas como Vikran, gênios e demônios e outros seres invisíveis.

Ao longo da narrativa ele descobre que o livro contém histórias antigas e pode ter a chave de um grande mistério e poder.

"– Então, conforme o que está dizendo, as histórias não são só histórias. Elas na realidade são conhecimento secreto disfarçado de histórias.
  – Pode-se dizer isso de todas as histórias, irmão mais novo."



O livro é uma fantasia diferente, as vezes meio confuso, aborda temas como cultura, politica, religião, tortura, considero a história boa, mas sem grandes impactos.


Classificação: 3 estrelas

domingo, 21 de junho de 2015

Conto " Pai contra mãe" de Machado de Assis / Diário de leitura


Iniciando meu Diário de Leitura com o conto de Machado de Assis  "Pai contra mãe" este conto faz parte do período compreendido entre os anos de 1900 até os anos 1930.


De 1900 aos anos 30

  Memórias de ferro, desejos de tarlatana

  "Entre o passado triste e rural que persiste e o futuro vertiginoso que não chegou, o presente das primeiras décadas do século 20 explora linguagens diversas. Estamos rompendo os ferros da escravidão, alimentamos sonhos de carnaval e tarlatana, velocidade e multidão. São décadas em que ainda não existe uma linguagem brasileira padrão. Por isso, os contistas experimentam os mais variados estilos — desde os estrangeirismos à La mode de João do Rio aos regionalismos gaúcho e paulista de Simões Lopes Neto e Alcântara Machado, passando pelo insuperável, o eterno e moderno Machado de Assis. Por sorte, o maior escritor brasileiro do século 19 ainda estava vivo nos primeiros anos do século 20 (morreu em 1908). Tempo suficiente para escrever a obra-prima com que abrimos este volume"

É engraçado como o tempo transforma os costumes e a cultura de uma região ou povo, ao ler histórias antigas, livros clássicos, podemos encontrar situações que hoje são inconcebíveis e nos causa adversidade mas na época eram naturais, para quem está acostumado a ler esses livros sabe do que eu estou falando, temas como escravidão, usos de termos pejorativos e preconceituosos, a situação da mulher frente a sociedade, dentre muitos outros, quando isso acontece não tem jeito, é preciso um distanciamento e tentar se colocar na época em questão, pois o livro é de ficção mas também nos dá bons conhecimentos históricos.

Voltando ao conto, nele é abordado duas questões complicadas, a escravidão e o abandono de crianças na Roda dos Enjeitados. Para quem não sabe do que eu estou falando clica aqui

Candinho, caçador de escravos fugidos, conhece e começa a namorar Clara, moça recatada, costureira, humilde, morando com tia Mônica que sempre lhe abriu os olhos em relação aos homens e principalmente a Candinho, porém Clara apaixonou-se e se deixou levar pelo sentimento, casou.

Todos foram morar com tia Mônica, o dinheiro cada vez em menor quantidade, as dividas aumentando e Candinho com seu "trabalho" que dificilmente trazia dinheiro para casa.

Clara engravidou, o filho seria abandonado, deixado na roda dos enjeitados, muito comum na época, o pai fez questão de levá-lo, depois de uma última mamada.

Arrumou o menino, a mãe sem expressividade, levou o filho no colo pela rua, no meio do caminho Candinho encontra uma escrava fugida, que pela ironia do destino estava grávida, a recompensa, 100 mil Reis, o suficiente para arrumar a sua vida e criar seu filho.

Diante deste dilema, Candinho toma sua decisão, que claro não vou contar.

Ótimo conto, dá para perceber bem o estilo de Machado, e vamos para o próximo, não vou classificar cada conto e sim o livro como um todo e no final vou fazer uma seleção dos 10 melhores.

Até a próxima leitura.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Projeto de Leitura

Este é o meu primeiro projeto de leitura, estou muito animada e vou entrar na onda dos Blogs e canais do YouTube e fazer um Diário de Leitura.

O livro escolhido foi Os Cem Melhores Contos Brasileiros Do Século.


Sinopse:

Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século - Finalista do Jabuti. Nesta antologia, o professor Italo Moriconi apresenta os cem melhores textos do gênero produzidos no Brasil ao longo do século 20. Seguindo rígidos critérios acadêmicos e pautado somente pela qualidade e pelo sabor dessas pequenas obras-primas, esta coletânea faz um passeio pela mais deliciosa e contundente ficção curta produzida no Brasil entre 1900 e o fim dos anos 90. Uma antologia capaz de traduzir as mudanças do país e as inquietações de várias gerações de brasileiros, em cem anos de produção literária. Para ilustrar esse instigante e rico panorama, Moriconi escalou craques como João do Rio, Clarice Lispector, Lima Barreto, Graciliano Ramos, Carlos Drummond de Andrade, Dinah Silveira de Queiroz, J.J.Veiga, Rubem Fonseca, Ana C. César, Otto Lara Resende, Fernando Sabino, Hilda Hilst, Dalton Trevisan, Moacyr Scliar, Lygia Fagundes Telles, Victor Giudice, João Antônio, Luiz Fernando Veríssimo, Raduan Nassar e Nélida Piñon, entre outros.


Primeiro porque é um livro de contos e não acho legal resenhar um livro desse tipo, e ainda mais com tantos contos, então fazendo um diário de leitura vou falar de cada conto separado.

Segundo porque é um livro de mais de 600 páginas e preciso de um incentivo a mais para a leitura, hehehe.

:)

Terceiro porque não costumo ler contos, dá para acreditar? e preciso remediar isso o mais rápido possível, então a ideia: Vou começar logo pelos cem melhores.

Este livro foi publicado pela Editora Objetiva e a seleção foi feita por Ítalo Moriconi.

"Quando fui convidado pela Editora Objetiva para realizar o presente projeto, fiquei entusiasmado com a proposta — escolher os cem melhores contos do século 20 neste momento de virada para o 21. Vi logo que teria pela frente um trabalho bastante prazeroso, apesar do esforço de pesquisa que me exigiria. Por outro lado, havia o desafio colocado pela editora de que a seleção dos contos se pautasse não em critérios acadêmicos e sim em critérios de gosto e qualidade."



O livro é separado por décadas desta forma:

De 1900 até 1930
Anos 40 e 50
Anos 60
Anos 70
Anos 80
Anos 90


A proposta é escrever semanalmente para o Blog pelo menos sobre um conto, se der escrevo mais, vamos ver o andamento das leituras já que esta será uma leitura paralela as minhas leituras normais.

Então é isso, o primeiro conto será de Machado de Assis iniciando o período de 1900 até 1930.

Uma ótima leitura!




domingo, 14 de junho de 2015

Resenha Trilogia O Teste / Joelle Charbonneau



Hoje será uma conversa rápida e para sintetizar já digo que esta trilogia é mais do mesmo.
Sabe aqueles filmes de ação que passam 10, 15, 20 minutos sem que haja um diálogo? é só tiro, morte e violência, é meio por aí.

A história se passa num mundo pós-guerra e os habitantes que sobraram estão se unindo para reconstruir o mundo e fazer uma sociedade mais justa e pacifica... hein? pacifica? mas você não disse que era só morte e violência? alguém pode me perguntar, pois é... vai entender.

Durante os três livros a autora tenta explicar as razões de como se deu a guerra, mas as explicações não possuem consistência, não tem profundidade, todo o foco da trama gira em torno de nos deixar tensos e curiosos sobre quem está falando a verdade, quem é confiável.

Tocando neste assunto de ser ou não confiável, no primeiro livro, Cia, a personagem principal, recebe de seu pai um conselho " Filha, não confie em ninguém" e o que a bendita faz durante os três livros?
Dá para imaginar! Cia é uma personagem que não me convenceu, sabe o tipo? boazinha, ética, que quer fazer o que é certo, mas na hora "H" faz tudo igual a todo mundo, é contra a violência e contra as mortes mas para acabar com o teste, adivinha o que ela faz? nada mais justo do que acabar com todo mundo. tem lógica uma coisa dessa? na verdade lógica é algo que passa longe desta série.

Outra questão que não dá para deixar passar é o romance de Cia, foi o romance mais insosso que já vi, nem dava para considerar um romance e de repente é um tal de "eu te amo" para cá "eu te amo" para lá.... mas enfim.

Não vou me prolongar, classifico esta série com três estrelas apenas porque pelo menos consegui ler os três livros.


quarta-feira, 10 de junho de 2015

Resenha / Noite Sem Madrugada / Adonias Filho



Este foi meu primeiro livro de Adonias Filho, que quando em vida ocupou a cadeira 21 da Academia Brasileira de Letras.
Este livro foi uma agradável surpresa, um romance policial, tenso, angustiante, que ao invés de iniciar com o crime, inicia-se com a prisão do culpado.
Com uma escrita fluida, simples e envolvente, fui ao longo da trama simpatizando com os personagens, a tal ponto, que torci por um destes personagens até o final, e digo a vocês que fazia tempo que eu não me envolvia assim, ultimamente tenho lido de uma forma mais distanciada, mas este livrinho de menos de 200 páginas me pregou esta peça.

Primeira página, numa rua do Catete, no inicio da noite, uma patrulha da policia estaciona em frente a uma casa, os vizinhos se alvoroçam, saem para ver o que está acontecendo e de dentro da casa, algemado, humilhado, de cabeça baixa, sai Eduardo com sua esposa e seus três filhos atrás chorando e assustados.

A esposa, pessoa humilde, mas justa e trabalhadora, não se conforma, confusa sem saber o que estava acontecendo pede ajuda aos vizinhos que com olhares tortos já culparam e condenaram Eduardo.

A mulher não se deixa abater, mesmo sabendo que a acusação é assalto a banco e assassinato, ela diz conhecer o homem que vive com ela, e para tirá-lo da cadeia ela é capaz de tudo até mesmo de vender seu único bem, a casa do catete.

"O emprego nas Lojas permitiu o empréstimo na Caixa. Permaneceram em Niterói até que , saindo o financiamento, compraram a casa no Catete. Casa de vila, pequena e abafada, acanhadinha, mas deles."

A partir deste ponto, Vilma, a esposa, busca um advogado, encontra-se com outras pessoas e faz o impossível para inocentar seu marido.

"Muito, muito tempo depois, Eduardo sempre o mesmo namorado."

Neste ponto a história é suspensa e dá um salto no tempo e passamos a conhecer quem é Eduardo de fato, sua infância, seus dramas, seu caráter, como conheceu e casou-se com Vilma até o ponto do crime.

"O Juiz, ela e Eduardo, o pai e a mãe. Um dia tão sem nuvens que o sol pareceu maior e mais forte. Juntos, as alianças nos dedos, na barca que rompia o mar e fazia espumas."

"Não saberei nunca se afeição de Laura por mim foi igual à que dedicara a Raimundinho. Não, isso jamais saberei! Digo que, se no começo me tratava como uma espécie de cachorro de estimação, Os banhos, as refeições, os castigos, não tardou a aceitar-me como realmente um filho."

E daí para frente presenciamos a luta de Vilma até o julgamento.

Só um detalhe, no inicio do livro tem uma apresentação de Raquel de Queiroz, leiam só no final, pois ela conta os pontos chaves da história. :(

Na minha opinião o livro foi muito bom, apenas teve um final meio "fantasioso" porém nada que possa comprometer o todo.

Classifico como  4 Estrelas


segunda-feira, 8 de junho de 2015

Resenha / Mary Poppins / P. L. Travers

Mary Poppins - Uma das histórias mais amadas por crianças e adultos do mundo todo, Mary Poppins ganha uma nova edição, com ilustrações do estilista Ronaldo Fraga, tradução do escritor Joca Reiners Terron e posfácio da professora de literatura inglesa da USP Sandra Vasconcelos. Depois de desenhadas por Fraga, como verdadeiros croquis de moda, os desenhos foram bordados à mão em tecido e fotografados em estúdio. O leitor vai, finalmente, descobrir a história de Mary Poppins, a babá mágica que chega inesperadamente para cuidar das crianças Banks e lhes abre os olhos para os mistérios e as maravilhas que nos cercam, todos os dias.


Falar sobre Mary Poppins é uma viagem no tempo, foram muitas vezes que assisti e sonhei com o filme "Mary Poppins" na minha infância, lamento na época não ter tido a oportunidade de ler este livro, teria sido algo mágico e muito prazeroso como ocorreu com outros tipo Alice no País das Maravilhas, O sitio do Pica Pau amarelo, a coleção Vaga-Lume, que saudade!
Mas, você sabe quem é Mary Poppins? É a baba mais incrível do mundo e a mais estranha também. Ela diz o que pensa, faz o que acha certo e acima de tudo ama as crianças que precisam dela.

O livro foi uma maravilhosa surpresa, é bem mais completo do que o filme, muito mesmo, se você se interessou por ele e pretende ler saiba que terá muitos bônus durante a leitura, mas sem descaracterizar a história.

Mary Poppins chega voando em seu guarda-chuva, obra do vento Leste, e se candidata, ou melhor comunica que é a nova Baba na casa de Mr Banks, não mostra suas referências, diz ser algo ultrapassado e assume o cargo.


" Se você quiser encontrar a rua Cherry Tree Lane, tudo o que precisa fazer é perguntar ao guarda que fica no cruzamento. Ele vai empurrar de leve o capacete para o lado, coçar a cabeça de modo pensativo, então vai apontar seu enorme dedo enluvado de branco e dizer: Primeira a direita, segunda a esquerda, dobre à direita de novo e vai chegar lá. Tenha um bom dia."


As crianças ( Jane, Michael, John e Barbara) crianças ricas e carentes de atenção sofrem com o descaso dos pais e se divertem aterrorizando suas babas, mas com Mary a história será outra.


"E então a silhueta inclinada se lançou sob a ventania, abrindo a cancela do portão e eles puderam perceber que era uma mulher, que segurava um chapéu com uma das mãos, e com a outra carregava uma mala."


Mary Poppins que no filme é doce e educada, no livro mostra uma face mais intransigente e com a língua a fiada.


"A essa altura a mala já estava aberta, e Jane e Michael ficaram ainda mais surpresos ao descobrir que estava copletamente vazia.
____Porque não tem nada nela? perguntou Jane.
___Nada? como assim? perguntou Mary Poppins se levantando e encarando a menina com se tivesse sido insultada.
___Nada dentro da mala? foi isso que você disse?"


Mas o mais importante é que as crianças agora passariam a viver grandes aventuras foram visitar o Sr. Peruca, tio de Mary e riram até chegar no teto, assistiram a uma conversa de Mary com Andrew o cachorro da vizinha e deram a volta ao mundo com uma bússola mágica, entre outras passagens, até que o vento Oeste soprou no primeiro dia da primavera.




Livro maravilhoso.
Classificação 4 estrelas.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Resenha / Os Mistérios do Castelo de Udolfo de Ann Radcliffe


Sinopse 

Os Mistérios de Udolfo foi publicado no verão de 1794 e é a quarta novela mais famosa da autora. A trama conta as aventura da jovem francesa Emily St. Aubert que sofre, entre outras calamidades, a morte de seu pai, terrores sobrenaturais em um sombrio castelo, e as maquinações de um bandido italiano. Após a morte do pai, Emily é encerrada no castelo Udolfo, nas mãos do Sr. Montoni, um criminoso italiano que se casou com sua tia, madame Cheron. O romance de Emily com Valancourt, jovem que conheceu em uma viagem para a suíça com seu pai, fica frustrado por Montoni e outros. Emily quer descobrir também uma explicação da misteriosa relação entre seu pai e a marquesa de Villeroi, um mistério que parece ter algo que ver com o castelo Udolfo. ( Fonte: Skoob)


Este livro foi o primeiro que li este ano,  pelo que eu andei vendo pela internet a maioria das pessoas chegam até ele pela indicação presente no livro " A Abadia de Northanger" da Jane Austen, bem... este não foi o meu caso, na verdade vou tomar o caminho inverso vou ler a Abadia por causa deste.
Para a minha surpresa Jane Austen não foi a única a citar este livro e a citar a Ann Radclifffe, na verdade esta autora influenciou outros escritores,  seus livros e seu estilo precursor do gótico fez bastante sucesso na época.


Numa época em que os romances tinham uma forte presença moralista, Ann inovou com a inclusão de uma face negra, de horror, mistério e  sobrenatural.
Mas a história não é só isso, não é uma história de terror, antes de mais nada é uma história de amor, com algumas características medievais, com singeleza, com costumes da época.
Não pense que vai ler um terror tipo os contemporâneos, para entender este livro é preciso se transportar para os anos de 1794, é preciso se ambientar, imaginar-se numa poltrona perto de uma lareira lendo um livro a luz de velas.
Penso nesses mistérios como algo ingenuo, coisas que nos dias atuais não provocariam medo, já que hoje o medo já foi tão explorado que é preciso ir cada vez mais fundo, ser mais explicito, ser mais pesado para que seja provocado tal sentimento, na época não, uma vela que se apagava sozinha, um barulho vindo da floresta, um vulto que alguém achou que viu, era o suficiente para provocar aquele frio na espinha.
Como disse anteriormente não foi só Jane Austen quem citou este livro mas também ouvi dizer ( não posso confirmar, pois ainda não li) que ele está presente no livro "Calafrio" de Henry James.
Mas... voltando ao assunto, encontrei este livro porque amo a literatura inglesa e as vezes, para não dizer muitas vezes, pesquiso sobre diversos autores e obras, foi assim que cheguei aos Mistérios do Castelo de Udolfo.


A Menina Órfã 

Emília, nossa protagonista, é uma jovem de princípios, perde a mãe logo nas primeiras páginas do livro, e sai com o pai para uma viagem, apesar de todos os problemas, Emilia é cercada de amor e vive bem com a família.

"Todo o seu amor se concentrou na única filha que lhe restava. Desde muito pequena, Emília demonstrara rara delicadeza de sentimentos, um coração afetivo e muita bondade, qualidades estas prejudicadas por exaltada sensibilidade e uma susceptibilidade que, no futuro, lhe seriam muito prejudiciais. Com a idade, estas disposições tomaram um cunho melancólico, emprestando–lhe uma graça pensativa, que a tornava ainda mais interessante. Contudo, o pai, pressentindo o perigo, esforçou–se por lhe fortificar o caráter, habituando–a a dominar os primeiros impulsos e a suportar com calma as vicissitudes da vida"


Um amor incondicional


Durante a viagem Emília conhece Valancourt, que passa a ser sua referencia e fonte de admiração, um amor profundo nasce entre os dois mas impossível de ser vivido.


"Valancourt e Emília entendiam–se cada vez melhor e ela não podia enganar–se sobre as sensações que também compartilhava.

  Saint–Aubert, fingindo preocupar–se com os livros, contemplava, tristemente, os dois jovens, tão simples, tão nobres, tão em harmonia com a natureza que os rodeava, e que não podiam conceber a felicidade senão no enlace dos seus corações puros."


O Castelo

O Castelo de Udolfo é parte central na história, lá coisas estranhas acontecem a todo tempo, é localizado num lugar isolado, em meio a uma floresta, será um refugio e uma prisão.

"Emília examinou o castelo quase com pavor. O estilo pesado da arquitetura, as escuras e altíssimas muralhas davam–lhe aspecto imponente e terrível. A claridade do 'crepúsculo desaparecia pouco a pouco, tingindo as muralhas de púrpura. Em breve, porém, se apagou e castelo, montanhas e florestas, tudo ficou envolto em sombras."

Os Mistérios

Permeiam toda a história, são velas que se apagam sozinhas, vultos nos corredores, músicas que surgem no meio da floresta de madrugada, pinturas terríveis que não podem ser vistas sem causarem um dano psicológico.

"— Dizem que ... santo Deus! Dizem que neste quarto aparecem fantasmas.

  — Fantasmas muito habilidosos, que sabem correr ferrolhos — replicou Emília, sorrindo para ocultar o seu terror — Ontem à noite deixei aquela porta aberta e hoje de manhã encontrei–a fechada. Sabes se algum criado a fechou antes de eu me levantar?"


Os dramas

Nossa "mocinha" sofre horrores, mas se mostra forte e corajosa e vai até o fim sem trair seus princípios.

"Emília conseguira fugir à perseguição de Varezzi, fechando–se nos seus aposentos. Por vezes, atrevia–se a passear no corredor, mas o homem nunca mais apareceu." 


A História dentro da história

O Livro é cheio de personagens secundários que são explorados pela autora e deixam suas marcas no livro.
Um deles simplesmente lê um livro para passar o tempo, o que achei ótimo, porque ele lê este livro, a história é suspensa por um momento e lemos com ele, e a autora nos presenteia com uma outra pequena história.

O final

Foi digno do estilo das histórias da época sendo coerente com a trama.


Na minha opinião o livro foi ótimo, recomendo e dou cinco estrelas.

Para quem ficou interessado fiquei sabendo que está previsto um lançamento pela editora Pedra azul para este ano de 2015, segue o link.


Depois do final do livro, uma surpresa... uma lista de livros recomendados, numa outra oportunidade mostro aqui num post.

Todos os livros que dou cinco estrelas entram para minha lista de favoritos e assim finalizo.




Resumo - Os Lobos dentro das paredes/ Neil Gaiman

Essa postagem é um resumo, então terá spoilers, não leia se não quiser saber detalhes sobre a obra É um livro infantil, com uma fábul...