quarta-feira, 10 de junho de 2015

Resenha / Noite Sem Madrugada / Adonias Filho



Este foi meu primeiro livro de Adonias Filho, que quando em vida ocupou a cadeira 21 da Academia Brasileira de Letras.
Este livro foi uma agradável surpresa, um romance policial, tenso, angustiante, que ao invés de iniciar com o crime, inicia-se com a prisão do culpado.
Com uma escrita fluida, simples e envolvente, fui ao longo da trama simpatizando com os personagens, a tal ponto, que torci por um destes personagens até o final, e digo a vocês que fazia tempo que eu não me envolvia assim, ultimamente tenho lido de uma forma mais distanciada, mas este livrinho de menos de 200 páginas me pregou esta peça.

Primeira página, numa rua do Catete, no inicio da noite, uma patrulha da policia estaciona em frente a uma casa, os vizinhos se alvoroçam, saem para ver o que está acontecendo e de dentro da casa, algemado, humilhado, de cabeça baixa, sai Eduardo com sua esposa e seus três filhos atrás chorando e assustados.

A esposa, pessoa humilde, mas justa e trabalhadora, não se conforma, confusa sem saber o que estava acontecendo pede ajuda aos vizinhos que com olhares tortos já culparam e condenaram Eduardo.

A mulher não se deixa abater, mesmo sabendo que a acusação é assalto a banco e assassinato, ela diz conhecer o homem que vive com ela, e para tirá-lo da cadeia ela é capaz de tudo até mesmo de vender seu único bem, a casa do catete.

"O emprego nas Lojas permitiu o empréstimo na Caixa. Permaneceram em Niterói até que , saindo o financiamento, compraram a casa no Catete. Casa de vila, pequena e abafada, acanhadinha, mas deles."

A partir deste ponto, Vilma, a esposa, busca um advogado, encontra-se com outras pessoas e faz o impossível para inocentar seu marido.

"Muito, muito tempo depois, Eduardo sempre o mesmo namorado."

Neste ponto a história é suspensa e dá um salto no tempo e passamos a conhecer quem é Eduardo de fato, sua infância, seus dramas, seu caráter, como conheceu e casou-se com Vilma até o ponto do crime.

"O Juiz, ela e Eduardo, o pai e a mãe. Um dia tão sem nuvens que o sol pareceu maior e mais forte. Juntos, as alianças nos dedos, na barca que rompia o mar e fazia espumas."

"Não saberei nunca se afeição de Laura por mim foi igual à que dedicara a Raimundinho. Não, isso jamais saberei! Digo que, se no começo me tratava como uma espécie de cachorro de estimação, Os banhos, as refeições, os castigos, não tardou a aceitar-me como realmente um filho."

E daí para frente presenciamos a luta de Vilma até o julgamento.

Só um detalhe, no inicio do livro tem uma apresentação de Raquel de Queiroz, leiam só no final, pois ela conta os pontos chaves da história. :(

Na minha opinião o livro foi muito bom, apenas teve um final meio "fantasioso" porém nada que possa comprometer o todo.

Classifico como  4 Estrelas


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