sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Resenha: As feiticeiras de East End de Melissa de la Cruz

Sinopse

As Feiticeiras de East End - As três mulheres da família Beauchamp escondem um segredo: são feiticeiras poderosas, há séculos proibidas de usar sua magia. Joanna consegue ressuscitar os mortos e curar feridas graves; Ingrid prevê o futuro e tece nós que podem resolvem qualquer problema; e Freya tem um encantamento que certamente consegue curar os piores desencantos amorosos. Ela vai se casar com o misterioso Bran Gardiner, e cada vez fica mais difícil esconder seu segredo. Ingrid e Joanna sentem o mesmo dilema, e as três percebem que não podem mais ignorar quem realmente são.


Desenterram varinhas e vassouras e começam a criar feitiços bem-intecionados para algumas pessoas. É então que ataques violentos começam a assolar a cidade. Quando uma jovem desaparece, elas percebem que está na hora de descobrir que forças obscuras operam contra elas.
Ano: 2012 / Páginas: 312
 Editora: iD
fonte: Skoob



"Freya suspirou de alívio. Alguns minutos mais tarde, ela sorria como o gato de Alice. Sua poção havia funcionado. Ela ainda sabia exatamente como prepará-la. De repente, a música no jukebox bombeou à vida: Axl Rose guinchando uma canção de amor: “Sweet Child o’ Mine” (She’s got a smile that it seems to me. Reminds me of childhood memories…)"



Confesso! \o/ eu peguei este livro para ler por causa da série (hehehehe) mas esperando me adiantar nos capítulos, que engano! primeiro é bem diferente, no livro tem personagens que não tem na série (ou não por enquanto) e vice versa.

A fundamentação dos acontecimentos são outros, enfim é outra coisa, com apenas uma pequena lembrança.

Mas Melissa de la Cruz me surpreendeu numa questão, o livro não é uma fantasia para adolescentes. Tem bruxas? tem. Tem magia? tem. mas numa linguagem adulta.

Outra questão é que a história é contada a partir do ponto de vista das três personagens principais, e cada capitulo intercala um acontecimento principal com uma delas, o livro é em terceira pessoa e é contado de forma branda, devagar... sabe... como se observássemos o cotidiano de três  pessoas e só, sem a necessidade de ter de acontecer algo, de ser dinâmico, mas mesmo assim não se tornando desinteressante.

A história se passa em North Hampton, um lugarejo onde as três bruxas resolvem viver, elas são bruxas mas não podem usar magia, estão proibidas devido a um acontecimento ocorrido a muito tempo atrás.

Freya é a mais impulsiva, Ingrid sempre trabalhando na biblioteca e Joanna com suas intermináveis reformas vão vivendo e deixando o tempo passar.

Até que alguns acontecimentos estranhos começam a acontecer na cidade...

Este é o primeiro de uma trilogia e como de costume acredito ser apenas um livro introdutório.

Classificação: 3 estrelas
                    

Diário de Leitura: A Caolha de Júlia Lopes de Almeida

Spoiler

"A caolha era uma mulher magra, alta, macilenta, peito fundo, busto arqueado, braços compridos, delgados, largos nos cotovelos, grossos nos pulsos; mãos grandes, ossudas, estragadas pelo reumatismo e pelo trabalho; unhas grossas, chatas e cinzentas, cabelo crespo, de uma cor indecisa entre o branco sujo e o louro grisalho, desse cabelo cujo contato parece dever ser áspero e espinhento; boca descaída, numa expressão de desprezo, pescoço longo, engelhado, como o pescoço dos urubus; dentes falhos e cariados. O seu aspecto infundia terror às crianças e repulsão aos adultos; não tanto pela sua altura e extraordinária magreza, mas porque a desgraçada tinha um defeito horrível: haviam-lhe extraído o olho esquerdo; a pálpebra descera mirrada, deixando, contudo, junto ao lacrimal, uma fístula continuamente porejante."


Excelente conto! acho que a grande mensagem que ele nos passa é que nunca devemos desdenhar do que somos, e quando temos em mente que todos somos iguais independente do que temos de material ou de nossa aparência física, fica mais fácil assumir nosso papel neste mundo.

Como já foi apresentado no trecho acima a imagem da caolha não era das melhores, mas ela tinha um filho a quem dedicava todo o seu amor e atenção.

Antonico, por outro lado, era desprezado por todos, por ser filho da caolha, quando pequeno a amava e a enchia de carinhos, o que preenchia a vida da mulher, porém todo este carinho foi se acabando ao longo do crescimento de Antonico.

Na escola, foi um horror, sofreu até que desistiu de estudar, no trabalho não foi diferente, Antonico era o filho da caolha e se ressentia por isso.

Até que um dia conhece uma moça e se apaixona, mas para casar-se com ela havia uma condição, se afastar da mãe por completo.

Antonico com raiva, despejou em cima de sua mãe todo o ódio e ressentimento de anos de privação, humilhação e isolamento e saiu de casa.

No dia seguinte arrependendo-se pede que sua madrinha o ajude, e esta revela que a condição de sua mãe foi sua culpa, Antonico quando criança espetou um garfo no olho dela, o que causou todo o estrago.

Assim termina, mas eu fico imaginando a cara do Antonico...


Esse vídeo é o conto na íntegra, aproveitem!





quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Diário de Leitura: Dentro da Noite de João do Rio



Spoiler

Serei breve...este conto de João do Rio, é um conto pequeno, fala sobre Clotilde e seu...digamos...estranho noivo.
Já adianto que não gostei deste conto, falo puramente em sentido subjetivo, sem contar com todos os valores técnicos literários que ele deve ter, já que faz parte deste livro.
Mas se o objetivo do autor foi provocar aversão e asco, posso dizer que foi muito bem sucedido, pelo menos comigo.
Bem, vou contar um pouquinho para que tenham ideia do que eu estou falando.
Rodolfo, noivo de Clotilde, certa vez se encanta com a beleza dos braços nus da moça e os descreve, falando sobre sua maciez, beleza e etc e etc mas imaginem o que o cara ficou louco para fazer? espetar a pobre da Clotilde com alfinetes!?!?
Isso mesmo!!! e ele fez, e várias vezes!!!
E ele descreve a sensação e tal (e eu  lendo com cara de pastel) até que todos descobrem...
Então é isso, já li outros contos de João do Rio que gostei, mas este... infelizmente não foi legal, então vamos aguardar os próximos!

domingo, 2 de agosto de 2015

Resenha: Poliana de Eleanor H. Porter

Sinopse

Poliana é uma obra universal e muitas gerações a têm lido com emoção.A figura humana da menina Poliana sensibiliza a todos pelo otimismo,amor,bondade e pureza de sentimentos que a personagem irradia.A obra de Eleanor H. Porter resiste ao tempo:é um romance eterno sobre temas eternos.

fonte: Skoob














"A influencia que o bom caráter exerce é contagiosa e pode revolucionar uma vida inteira...Todas as criaturas irradiam o que pensam e o que trazem no coração. Se alguém se mostra submisso e serviçal, a recompensa vem sempre na mesma moeda e com juros... Quem procura o mal, certamente o encontrará."


Este livrinho singelo, que acredito que muita gente já tenha lido, me surpreendeu e me tocou pela mensagem positiva, por ser simples e cativante.

Poliana e seu "Jogo do Contente" vai nos mostrando que em qualquer situação podemos pensar de uma forma positiva, que a vida será da forma que queremos que ela seja, através de nossa visão de mundo, e que o momentos ruins podem ser suavizados pelo que pensamos.

O Livro começa com tia Paulina recebendo a noticia que Poliana sua sobrinha acabara de ficar órfã e não tenho mais ninguém na vida ficará sob sua responsabilidade.
Tia Paulina, uma pessoa amarga e desiludida, resolve ficar com a menina por obrigação, mas sua vida se resume em viver seu amargor.

Poliana chega e é recebida por Nancy, a empregada, e já neste momento começa a dar desculpas para si mesma do porquê de sua tia não ter ido buscá-la e tentando ficar contente com suas justificativas, ao chegar em casa, nada é do jeito que que ela queria, imaginou um quarto com quadros e tapetes mais sua tia lhe deu um quartinho abafado no sótão, Poliana percebe que teria que jogar o "jogo do contente" com todas as suas forças.

Aos poucos Poliana começa a conhecer várias pessoas na vizinhança, conhece seus problemas, e as ensina o jogo, a menina se torna muito querida entre todos, ela se torna "O Remédio"  para muitos.

Poliana com sua alegria de vida, com sua pureza é um anjo que veio salvar a todos, que veio trazer alegria e consolo para as pessoas que sofrem e  deixam que suas vidas sejam tomadas somente pelo lado ruim.

Até que a história se desenrola e no final algumas coisas acontecem... confesso que me emocionei com Poliana e gostei demais de sua história.

Agora que venha Poliana Moça, estou muito curiosa para saber como a história se seguirá.

Classificação: 5 Estrelas

domingo, 26 de julho de 2015

Diário de Leitura: A nova Califórnia de Lima Barreto





"De tarde, se o viam a passear pela margem do Tubiacanga, sentando-se aqui e ali, olhando perdidamente as águas claras do riacho, cismando diante da penetrante melancolia do crepúsculo..." 
Contém spoiler


Este conto de Lima Barreto é uma crítica ao comportamento humano, a ganancia, e como esta pode mudar opiniões, fazer cair por terra conceitos morais em nome da usura ao dinheiro.

Na pequena cidade de Tubiacanga, certa vez, um forasteiro, fixa residência e causa tremendo alvoroço entre os habitantes do lugar.
Vivendo sozinho e não fazendo questão de se relacionar com ninguém o forasteiro Flamel, cujo nome só se sabia através do carteiro que entregava suas correspondências, resolve construir um forno em sua sala, varias hipóteses começam a ser lançadas sobre sua pessoa, será um bandido? um médico? será que tem parte com o tinhoso? muitas perguntas eram feitas entre os moradores do lugar, mas a verdade é que ninguém sabia nada sobre ele.

Um dia, Flamel resolve encontrar-se com o boticário e o conta seu grande segredo, ele é um químico e descobriu como fazer ouro!
O boticário mostrou-se muito interessado, Famel pediu que ele e mais duas pessoas fossem presenciar seu grande feito, porém as pessoas não poderiam ser religiosas já que a transformação era feita com base em ossos humanos.

"A desinteligência não tardou a surgir; os mortos eram poucos e não bastava para satisfazer a fome dos vivos."

Daí em diante túmulos começam a ser violados, e ninguém sabe por quem, até que os bandidos são pegos e descobre-se toda a trama e o grande feito do forasteiro de transformar osso em ouro, com a promessa de revelar como isso é feito para a população, o que era asqueroso (o roubo dos ossos) torna-se normal e todos começam uma corrida ao cemitério e na ânsia de roubar ossos, acabam uns matando aos outros, a cidade que antes era pacata, agora tinha mais mortos no cemitério do que nunca, o que não foi nada mal para Flamel.


Excelente conto de Lima Barreto.


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Resenha: Carrie, a estranha de Stephen King

Sinopse

Carrie, a Estranha - Solitária, ela carrega dentro de si um ódio cada dia mais profundo. Carrie seria apenas mais uma entre várias adolescentes angustiadas, não fosse um detalhe: ela possui poderes sobrenaturais devastadores. Consegue fazer as coisas se moverem, e esse é o seu jogo, o seu poder e o seu pecado. Aos 16 anos, desajustada socialmente, Carrie prepara sua vingança contra todos os que a prejudicaram. A vendeta vem à tona de forma tão furiosa e amedrontada que até hoje permanece como exemplo de uma das mais chocantes e inovadoras narrativas de terror de todos os tempos. 

domingo, 12 de julho de 2015

Resenha: Demian de Hermann Hesse





Sinopse

Demian - Um dos grandes clássicos do autor, relata o amadurecimento de um jovem a partir de sua estranha relação com um rapaz de personalidade misteriosa e sedutora, que muda sua vida para sempre.












Demian conta a história de Sinclair desde sua infância até sua vida adulta, inicialmente sua vida era equilibrada e sua família, religiosa e tradicional, seus pais tinham uma importância psicologia enorme para Sinclair, até que tudo desanda quando o menino conhece Franz, outro menino violento que acaba o chantageando por conta de um episódio onde Sinclair teve uma atitude que em sua cabeça seria extremamente ruim e desaprovada por sua família e por todos.
Desta parte em diante percebemos o menino desmoronar, e suas atitudes acabam levando a outras consequências piores do que o fato inicial, o conduzindo a uma avalanche de situações ruins, sombrias, a ponto de o deixar doente.
Toda aquela situação poderia ser facilmente resolvida se Sinclair se conhecesse mais profundamente e é exatamente isso que o livro passa a nos mostrar, esta busca de Sinclair através dos anos pelo auto conhecimento, sempre, claro, através de encontros e desencontros com seu amigo Demian.
Não vou me aprofundar em explicações, porque não é esta a proposta e nem tenho conhecimento especifico para isto, este livro é muito profundo, me tocou enormemente, as conversas de Sinclair com Demian, a reflexão sobre a vida, sobre si mesmo, os altos e baixos que todos passamos e a busca pelo aprendizado, pelos contrários, torna este livro único, sensível, surpreendente, já deu para perceber que eu adorei? pois bem, realmente tornou-se um de meus favoritos e com certeza irei reler este livro em outro momento.

Classificação: 5 estrelas

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Resenha: O Príncipe e o Mendigo de Mark Twuain





Páginas: 192
Editora: Martin Claret






" Na antiga cidade de Londres, num certo dia de outono, na metade do século 16, nasceu um menino numa família pobre, de sobrenome Canty, que não o queria. No mesmo dia, nasceu outro menino inglês, numa família rica, de sobrenome Tudor, que muito o queria. Toda a Inglaterra o queria."

Assim começa esta agradável história de Mark Twain, estes dois meninos, Eduardo da realeza e Tom um menino pobre, de família de pedintes. Tom passou toda sua infância sofrendo maus tratos, sendo obrigado a pedir esmolas, seu pai um homem bruto, ladrão sem decência tratava a família  de forma agressiva a base de brigas e violência.

Tom não tinha nada, passava fome e era constantemente humilhado mas não perdeu a capacidade de sonhar, sonhava em ser um príncipe, e deste sonho fazia suas brincadeiras, paralelamente Eduardo, o Príncipe de Gales, vivendo como herdeiro do trono, cheio de formalidades, educação esmerada vivia em meio ao luxo e fartura.

Um dia, um encontro inusitado ocorreu entre estes dois personagens e o que era príncipe virou mendigo e o que era mendigo virou príncipe.

Para Tom, que nunca teve nada, passou a viver um sonho, suas brincadeiras e a pouca educação que o padre de seu bairro lhe dera ajudou muito, mas o príncipe, que agora era um mendigo, sofreu horrores, mas encontrou uma amizade verdadeira.

" ___Os Reis não podem enobrecê-lo, boa e grande alma, pois quem é mais nobre do que eles já o fez. Mas um rei pode confirmar sua nobreza para os homens."

Esta passagem é emocionante e mostra que mesmo em meio ao caos, com todas as pessoas dando o contra, sendo mesquinhas e cruéis pode acontecer de aparecer uma pessoa boa, que será compreensível e que fará toda a diferença, aliviando o peso, mostrando que existe ainda uma esperança.

Gostei muito do livro, é um clássico e recomendo muito.

Classificação: 4 estrelas.

domingo, 28 de junho de 2015

Diário de Leitura: O Bebê de Tarlatana rosa, conto de João do Rio


Este conto de João do Rio me provocou certa confusão, se trata de um conto de carnaval e como tal imaginei um monte de coisas, festas, namoro, sei lá! mas na verdade é um conto de terror.

Sim, um conto sombrio, arrepiante, inicia-se com Heitor contando numa roda de amigos uma aventura de carnaval, e todos bem interessados prestando atenção aos detalhes da narrativa, coisa que o personagem não economiza, apesar de ser um conto curto, a aventura de carnaval é contada aos pormenores.

Num destes dias Heitor encontra numa destas festas um bebê de Tarlatana (alguém com uma fantasia)
e troca algumas palavras, no dia seguinte encontra de novo com esta pessoa e eles passam a se relacionar até que Heitor pede que a pessoa retire a máscara, Ai que MEDO!!!!!

Muito bom o conto, para quem se interessar segue um vídeo com este conto na íntegra interpretado pelo ator Antônio Abujamra.




sábado, 27 de junho de 2015

Hoje eu comprei livros.



Estes foram os livros que comprei hoje, e o que é melhor, pelo preço de 2 ou 3 Reais cada um.

Então vamos as capas.



























Por hoje é isso, muito feliz com minhas novas aquisições.




quarta-feira, 24 de junho de 2015

Resenha / Alif O Invisível de G. Willow Wilson

Ano: 2015 
Páginas: 352
Editora: Rocco
Sinopse:

Alif, O Invisível - Autora de graphic novels aclamadas e criadora da primeira heroína muçulmana dos quadrinhos, pela Marvel Comics, além do livro de memórias A leitora do Alcorão, a norte-americana convertida ao islamismo G. Willow Wilson dá vida a um jovem hacker vivendo num estado de exceção no Oriente Médio em seu premiado romance de estreia, Alif, o invisível. Primeiro lançamento de 2015 do selo Fantástica Rocco, o livro conquistou o World Fantasy Award e rendeu à autora comparações com escritores como Philip Pullman, Neil Gaiman e J.K. Rowling. Na trama, teologia islâmica, vigilância eletrônica e os acontecimentos da Primavera Árabe se mesclam para tecer uma rica narrativa, na qual o cotidiano colide com o fantástico e o mundo físico com o digital.

"Ele estava havia tanto tempo protegido por trás de seu nick, uma mera letra do alfabeto, que não pensava mais em si mesmo como nada além de um alif."


Em primeiro lugar, e para esclarecer, este livro não é um infanto-juvenil como vocês podem estar pensando, é um livro de fantasia, mas tem uma estrutura complexa, aborda temas reais, algumas vezes até pesados e tem uma linguagem adulta.

Alif, O invisível é um livro diferente, fala sobre temas não muito comuns para a maioria dos leitores, mergulha na cultura árabe, tem uma das personagens principais usando véu, e outra a americana, que é chamada a todo tempo de "A convertida".

O livro inicia-se com um prólogo, onde um homem chamado Reza em seu palácio faz invocações a um ser que só ele consegue ver, através de desenhos no chão, onde este ser misterioso fica aprisionado, seu aprendiz, um rapaz, desleixado, não entende aquilo tudo e muito menos consegue ver tal criatura, pois escolheu ver pela metade.
Este ser misterioso conta de forma forçada para Reza uma infinidade de histórias, que Reza não consegue entender mas que copia literalmente num livro.

"A criatura voltou a se sentar, passando os braços sobre os joelhos, e o fitou.
  Pegue o papel e a pena, disse. Contarei o final da história. Ele vem acompanhado de um aviso.
  – Qual?
  Quando você o ouvir, se tornará outra pessoa."


Após o prólogo, a história começa a ser contada em dias atuais, é narrado em terceira pessoa e fala sobre a vida de Alif, sua vizinha Dina e muitos outros personagens que vão surgindo ao longo da trama, alguns reais outros fantásticos.

O foco principal, a base da trama se desenvolve através de assuntos relacionados a informática, computadores e tecnologia, o que pode ser meio chato para quem não se interessa pelo tema.

Alif é um hacker, ele mora com sua mãe, seu pai mora com sua primeira esposa e família, e parece que acontece alguns ressentimentos devido a isso por parte de Alif, pela ausência do pai, ou por eles serem mais pobres do que a primeira família dele.

"Alif perguntou-se em que ponto a emoção do casamento havia esmorecido para o pai. Desconfiava que tinha sido seu nascimento. Um filho problemático com sangue pagão e a pele escura em sua linhagem, fruto de uma união não sancionada pelos avós, impossível de introduzir na boa sociedade."


Dina é a vizinha e amiga de infância de Alif, a menina que brincava com ele e que passou a ser sua companheira de conversas quando jovem.

Intisar, a namorada proibida, a menina que ele gosta mas que é prometida em casamento para outro homem.

"A ideia de um casamento urfi secreto o enchera de um zelo romântico que agora parecia ingênuo. Imaginara uma cadeia de acontecimentos de conto de fadas: Intisar seria expulsa da casa do pai apenas com a roupa do corpo e Alif, como um homem, assumiria a responsabilidade, deixando-a aos cuidados carinhosos de sua mãe enquanto preparava o lar conjugal."

No inicio a autora nos dá muitas informações, de forma confusa que só se esclarecerá adiante.

Alif possui vários clientes que são protegidos por ele, que constrói barreiras no computador  para que o governo não os enxerguem no mundo digital, tornando-os invisíveis, estes clientes possuem condutas duvidosas, mas Alif não se importa com isso.

Até que um dia o Governo o descobre e invade o seu computador, ao mesmo tempo que Intisar o manda dentro de uma caixa um livro misterioso ( O livro dos Mil dias) e ele começa uma fuga louca junto com Dina entre os mundo reais e fantásticos, conhecendo figuras estranhas como Vikran, gênios e demônios e outros seres invisíveis.

Ao longo da narrativa ele descobre que o livro contém histórias antigas e pode ter a chave de um grande mistério e poder.

"– Então, conforme o que está dizendo, as histórias não são só histórias. Elas na realidade são conhecimento secreto disfarçado de histórias.
  – Pode-se dizer isso de todas as histórias, irmão mais novo."



O livro é uma fantasia diferente, as vezes meio confuso, aborda temas como cultura, politica, religião, tortura, considero a história boa, mas sem grandes impactos.


Classificação: 3 estrelas

domingo, 21 de junho de 2015

Conto " Pai contra mãe" de Machado de Assis / Diário de leitura


Iniciando meu Diário de Leitura com o conto de Machado de Assis  "Pai contra mãe" este conto faz parte do período compreendido entre os anos de 1900 até os anos 1930.


De 1900 aos anos 30

  Memórias de ferro, desejos de tarlatana

  "Entre o passado triste e rural que persiste e o futuro vertiginoso que não chegou, o presente das primeiras décadas do século 20 explora linguagens diversas. Estamos rompendo os ferros da escravidão, alimentamos sonhos de carnaval e tarlatana, velocidade e multidão. São décadas em que ainda não existe uma linguagem brasileira padrão. Por isso, os contistas experimentam os mais variados estilos — desde os estrangeirismos à La mode de João do Rio aos regionalismos gaúcho e paulista de Simões Lopes Neto e Alcântara Machado, passando pelo insuperável, o eterno e moderno Machado de Assis. Por sorte, o maior escritor brasileiro do século 19 ainda estava vivo nos primeiros anos do século 20 (morreu em 1908). Tempo suficiente para escrever a obra-prima com que abrimos este volume"

É engraçado como o tempo transforma os costumes e a cultura de uma região ou povo, ao ler histórias antigas, livros clássicos, podemos encontrar situações que hoje são inconcebíveis e nos causa adversidade mas na época eram naturais, para quem está acostumado a ler esses livros sabe do que eu estou falando, temas como escravidão, usos de termos pejorativos e preconceituosos, a situação da mulher frente a sociedade, dentre muitos outros, quando isso acontece não tem jeito, é preciso um distanciamento e tentar se colocar na época em questão, pois o livro é de ficção mas também nos dá bons conhecimentos históricos.

Voltando ao conto, nele é abordado duas questões complicadas, a escravidão e o abandono de crianças na Roda dos Enjeitados. Para quem não sabe do que eu estou falando clica aqui

Candinho, caçador de escravos fugidos, conhece e começa a namorar Clara, moça recatada, costureira, humilde, morando com tia Mônica que sempre lhe abriu os olhos em relação aos homens e principalmente a Candinho, porém Clara apaixonou-se e se deixou levar pelo sentimento, casou.

Todos foram morar com tia Mônica, o dinheiro cada vez em menor quantidade, as dividas aumentando e Candinho com seu "trabalho" que dificilmente trazia dinheiro para casa.

Clara engravidou, o filho seria abandonado, deixado na roda dos enjeitados, muito comum na época, o pai fez questão de levá-lo, depois de uma última mamada.

Arrumou o menino, a mãe sem expressividade, levou o filho no colo pela rua, no meio do caminho Candinho encontra uma escrava fugida, que pela ironia do destino estava grávida, a recompensa, 100 mil Reis, o suficiente para arrumar a sua vida e criar seu filho.

Diante deste dilema, Candinho toma sua decisão, que claro não vou contar.

Ótimo conto, dá para perceber bem o estilo de Machado, e vamos para o próximo, não vou classificar cada conto e sim o livro como um todo e no final vou fazer uma seleção dos 10 melhores.

Até a próxima leitura.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Projeto de Leitura

Este é o meu primeiro projeto de leitura, estou muito animada e vou entrar na onda dos Blogs e canais do YouTube e fazer um Diário de Leitura.

O livro escolhido foi Os Cem Melhores Contos Brasileiros Do Século.


Sinopse:

Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século - Finalista do Jabuti. Nesta antologia, o professor Italo Moriconi apresenta os cem melhores textos do gênero produzidos no Brasil ao longo do século 20. Seguindo rígidos critérios acadêmicos e pautado somente pela qualidade e pelo sabor dessas pequenas obras-primas, esta coletânea faz um passeio pela mais deliciosa e contundente ficção curta produzida no Brasil entre 1900 e o fim dos anos 90. Uma antologia capaz de traduzir as mudanças do país e as inquietações de várias gerações de brasileiros, em cem anos de produção literária. Para ilustrar esse instigante e rico panorama, Moriconi escalou craques como João do Rio, Clarice Lispector, Lima Barreto, Graciliano Ramos, Carlos Drummond de Andrade, Dinah Silveira de Queiroz, J.J.Veiga, Rubem Fonseca, Ana C. César, Otto Lara Resende, Fernando Sabino, Hilda Hilst, Dalton Trevisan, Moacyr Scliar, Lygia Fagundes Telles, Victor Giudice, João Antônio, Luiz Fernando Veríssimo, Raduan Nassar e Nélida Piñon, entre outros.


Primeiro porque é um livro de contos e não acho legal resenhar um livro desse tipo, e ainda mais com tantos contos, então fazendo um diário de leitura vou falar de cada conto separado.

Segundo porque é um livro de mais de 600 páginas e preciso de um incentivo a mais para a leitura, hehehe.

:)

Terceiro porque não costumo ler contos, dá para acreditar? e preciso remediar isso o mais rápido possível, então a ideia: Vou começar logo pelos cem melhores.

Este livro foi publicado pela Editora Objetiva e a seleção foi feita por Ítalo Moriconi.

"Quando fui convidado pela Editora Objetiva para realizar o presente projeto, fiquei entusiasmado com a proposta — escolher os cem melhores contos do século 20 neste momento de virada para o 21. Vi logo que teria pela frente um trabalho bastante prazeroso, apesar do esforço de pesquisa que me exigiria. Por outro lado, havia o desafio colocado pela editora de que a seleção dos contos se pautasse não em critérios acadêmicos e sim em critérios de gosto e qualidade."



O livro é separado por décadas desta forma:

De 1900 até 1930
Anos 40 e 50
Anos 60
Anos 70
Anos 80
Anos 90


A proposta é escrever semanalmente para o Blog pelo menos sobre um conto, se der escrevo mais, vamos ver o andamento das leituras já que esta será uma leitura paralela as minhas leituras normais.

Então é isso, o primeiro conto será de Machado de Assis iniciando o período de 1900 até 1930.

Uma ótima leitura!




domingo, 14 de junho de 2015

Resenha Trilogia O Teste / Joelle Charbonneau



Hoje será uma conversa rápida e para sintetizar já digo que esta trilogia é mais do mesmo.
Sabe aqueles filmes de ação que passam 10, 15, 20 minutos sem que haja um diálogo? é só tiro, morte e violência, é meio por aí.

A história se passa num mundo pós-guerra e os habitantes que sobraram estão se unindo para reconstruir o mundo e fazer uma sociedade mais justa e pacifica... hein? pacifica? mas você não disse que era só morte e violência? alguém pode me perguntar, pois é... vai entender.

Durante os três livros a autora tenta explicar as razões de como se deu a guerra, mas as explicações não possuem consistência, não tem profundidade, todo o foco da trama gira em torno de nos deixar tensos e curiosos sobre quem está falando a verdade, quem é confiável.

Tocando neste assunto de ser ou não confiável, no primeiro livro, Cia, a personagem principal, recebe de seu pai um conselho " Filha, não confie em ninguém" e o que a bendita faz durante os três livros?
Dá para imaginar! Cia é uma personagem que não me convenceu, sabe o tipo? boazinha, ética, que quer fazer o que é certo, mas na hora "H" faz tudo igual a todo mundo, é contra a violência e contra as mortes mas para acabar com o teste, adivinha o que ela faz? nada mais justo do que acabar com todo mundo. tem lógica uma coisa dessa? na verdade lógica é algo que passa longe desta série.

Outra questão que não dá para deixar passar é o romance de Cia, foi o romance mais insosso que já vi, nem dava para considerar um romance e de repente é um tal de "eu te amo" para cá "eu te amo" para lá.... mas enfim.

Não vou me prolongar, classifico esta série com três estrelas apenas porque pelo menos consegui ler os três livros.


quarta-feira, 10 de junho de 2015

Resenha / Noite Sem Madrugada / Adonias Filho



Este foi meu primeiro livro de Adonias Filho, que quando em vida ocupou a cadeira 21 da Academia Brasileira de Letras.
Este livro foi uma agradável surpresa, um romance policial, tenso, angustiante, que ao invés de iniciar com o crime, inicia-se com a prisão do culpado.
Com uma escrita fluida, simples e envolvente, fui ao longo da trama simpatizando com os personagens, a tal ponto, que torci por um destes personagens até o final, e digo a vocês que fazia tempo que eu não me envolvia assim, ultimamente tenho lido de uma forma mais distanciada, mas este livrinho de menos de 200 páginas me pregou esta peça.

Primeira página, numa rua do Catete, no inicio da noite, uma patrulha da policia estaciona em frente a uma casa, os vizinhos se alvoroçam, saem para ver o que está acontecendo e de dentro da casa, algemado, humilhado, de cabeça baixa, sai Eduardo com sua esposa e seus três filhos atrás chorando e assustados.

A esposa, pessoa humilde, mas justa e trabalhadora, não se conforma, confusa sem saber o que estava acontecendo pede ajuda aos vizinhos que com olhares tortos já culparam e condenaram Eduardo.

A mulher não se deixa abater, mesmo sabendo que a acusação é assalto a banco e assassinato, ela diz conhecer o homem que vive com ela, e para tirá-lo da cadeia ela é capaz de tudo até mesmo de vender seu único bem, a casa do catete.

"O emprego nas Lojas permitiu o empréstimo na Caixa. Permaneceram em Niterói até que , saindo o financiamento, compraram a casa no Catete. Casa de vila, pequena e abafada, acanhadinha, mas deles."

A partir deste ponto, Vilma, a esposa, busca um advogado, encontra-se com outras pessoas e faz o impossível para inocentar seu marido.

"Muito, muito tempo depois, Eduardo sempre o mesmo namorado."

Neste ponto a história é suspensa e dá um salto no tempo e passamos a conhecer quem é Eduardo de fato, sua infância, seus dramas, seu caráter, como conheceu e casou-se com Vilma até o ponto do crime.

"O Juiz, ela e Eduardo, o pai e a mãe. Um dia tão sem nuvens que o sol pareceu maior e mais forte. Juntos, as alianças nos dedos, na barca que rompia o mar e fazia espumas."

"Não saberei nunca se afeição de Laura por mim foi igual à que dedicara a Raimundinho. Não, isso jamais saberei! Digo que, se no começo me tratava como uma espécie de cachorro de estimação, Os banhos, as refeições, os castigos, não tardou a aceitar-me como realmente um filho."

E daí para frente presenciamos a luta de Vilma até o julgamento.

Só um detalhe, no inicio do livro tem uma apresentação de Raquel de Queiroz, leiam só no final, pois ela conta os pontos chaves da história. :(

Na minha opinião o livro foi muito bom, apenas teve um final meio "fantasioso" porém nada que possa comprometer o todo.

Classifico como  4 Estrelas


segunda-feira, 8 de junho de 2015

Resenha / Mary Poppins / P. L. Travers

Mary Poppins - Uma das histórias mais amadas por crianças e adultos do mundo todo, Mary Poppins ganha uma nova edição, com ilustrações do estilista Ronaldo Fraga, tradução do escritor Joca Reiners Terron e posfácio da professora de literatura inglesa da USP Sandra Vasconcelos. Depois de desenhadas por Fraga, como verdadeiros croquis de moda, os desenhos foram bordados à mão em tecido e fotografados em estúdio. O leitor vai, finalmente, descobrir a história de Mary Poppins, a babá mágica que chega inesperadamente para cuidar das crianças Banks e lhes abre os olhos para os mistérios e as maravilhas que nos cercam, todos os dias.


Falar sobre Mary Poppins é uma viagem no tempo, foram muitas vezes que assisti e sonhei com o filme "Mary Poppins" na minha infância, lamento na época não ter tido a oportunidade de ler este livro, teria sido algo mágico e muito prazeroso como ocorreu com outros tipo Alice no País das Maravilhas, O sitio do Pica Pau amarelo, a coleção Vaga-Lume, que saudade!
Mas, você sabe quem é Mary Poppins? É a baba mais incrível do mundo e a mais estranha também. Ela diz o que pensa, faz o que acha certo e acima de tudo ama as crianças que precisam dela.

O livro foi uma maravilhosa surpresa, é bem mais completo do que o filme, muito mesmo, se você se interessou por ele e pretende ler saiba que terá muitos bônus durante a leitura, mas sem descaracterizar a história.

Mary Poppins chega voando em seu guarda-chuva, obra do vento Leste, e se candidata, ou melhor comunica que é a nova Baba na casa de Mr Banks, não mostra suas referências, diz ser algo ultrapassado e assume o cargo.


" Se você quiser encontrar a rua Cherry Tree Lane, tudo o que precisa fazer é perguntar ao guarda que fica no cruzamento. Ele vai empurrar de leve o capacete para o lado, coçar a cabeça de modo pensativo, então vai apontar seu enorme dedo enluvado de branco e dizer: Primeira a direita, segunda a esquerda, dobre à direita de novo e vai chegar lá. Tenha um bom dia."


As crianças ( Jane, Michael, John e Barbara) crianças ricas e carentes de atenção sofrem com o descaso dos pais e se divertem aterrorizando suas babas, mas com Mary a história será outra.


"E então a silhueta inclinada se lançou sob a ventania, abrindo a cancela do portão e eles puderam perceber que era uma mulher, que segurava um chapéu com uma das mãos, e com a outra carregava uma mala."


Mary Poppins que no filme é doce e educada, no livro mostra uma face mais intransigente e com a língua a fiada.


"A essa altura a mala já estava aberta, e Jane e Michael ficaram ainda mais surpresos ao descobrir que estava copletamente vazia.
____Porque não tem nada nela? perguntou Jane.
___Nada? como assim? perguntou Mary Poppins se levantando e encarando a menina com se tivesse sido insultada.
___Nada dentro da mala? foi isso que você disse?"


Mas o mais importante é que as crianças agora passariam a viver grandes aventuras foram visitar o Sr. Peruca, tio de Mary e riram até chegar no teto, assistiram a uma conversa de Mary com Andrew o cachorro da vizinha e deram a volta ao mundo com uma bússola mágica, entre outras passagens, até que o vento Oeste soprou no primeiro dia da primavera.




Livro maravilhoso.
Classificação 4 estrelas.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Resenha / Os Mistérios do Castelo de Udolfo de Ann Radcliffe


Sinopse 

Os Mistérios de Udolfo foi publicado no verão de 1794 e é a quarta novela mais famosa da autora. A trama conta as aventura da jovem francesa Emily St. Aubert que sofre, entre outras calamidades, a morte de seu pai, terrores sobrenaturais em um sombrio castelo, e as maquinações de um bandido italiano. Após a morte do pai, Emily é encerrada no castelo Udolfo, nas mãos do Sr. Montoni, um criminoso italiano que se casou com sua tia, madame Cheron. O romance de Emily com Valancourt, jovem que conheceu em uma viagem para a suíça com seu pai, fica frustrado por Montoni e outros. Emily quer descobrir também uma explicação da misteriosa relação entre seu pai e a marquesa de Villeroi, um mistério que parece ter algo que ver com o castelo Udolfo. ( Fonte: Skoob)


Este livro foi o primeiro que li este ano,  pelo que eu andei vendo pela internet a maioria das pessoas chegam até ele pela indicação presente no livro " A Abadia de Northanger" da Jane Austen, bem... este não foi o meu caso, na verdade vou tomar o caminho inverso vou ler a Abadia por causa deste.
Para a minha surpresa Jane Austen não foi a única a citar este livro e a citar a Ann Radclifffe, na verdade esta autora influenciou outros escritores,  seus livros e seu estilo precursor do gótico fez bastante sucesso na época.


Numa época em que os romances tinham uma forte presença moralista, Ann inovou com a inclusão de uma face negra, de horror, mistério e  sobrenatural.
Mas a história não é só isso, não é uma história de terror, antes de mais nada é uma história de amor, com algumas características medievais, com singeleza, com costumes da época.
Não pense que vai ler um terror tipo os contemporâneos, para entender este livro é preciso se transportar para os anos de 1794, é preciso se ambientar, imaginar-se numa poltrona perto de uma lareira lendo um livro a luz de velas.
Penso nesses mistérios como algo ingenuo, coisas que nos dias atuais não provocariam medo, já que hoje o medo já foi tão explorado que é preciso ir cada vez mais fundo, ser mais explicito, ser mais pesado para que seja provocado tal sentimento, na época não, uma vela que se apagava sozinha, um barulho vindo da floresta, um vulto que alguém achou que viu, era o suficiente para provocar aquele frio na espinha.
Como disse anteriormente não foi só Jane Austen quem citou este livro mas também ouvi dizer ( não posso confirmar, pois ainda não li) que ele está presente no livro "Calafrio" de Henry James.
Mas... voltando ao assunto, encontrei este livro porque amo a literatura inglesa e as vezes, para não dizer muitas vezes, pesquiso sobre diversos autores e obras, foi assim que cheguei aos Mistérios do Castelo de Udolfo.


A Menina Órfã 

Emília, nossa protagonista, é uma jovem de princípios, perde a mãe logo nas primeiras páginas do livro, e sai com o pai para uma viagem, apesar de todos os problemas, Emilia é cercada de amor e vive bem com a família.

"Todo o seu amor se concentrou na única filha que lhe restava. Desde muito pequena, Emília demonstrara rara delicadeza de sentimentos, um coração afetivo e muita bondade, qualidades estas prejudicadas por exaltada sensibilidade e uma susceptibilidade que, no futuro, lhe seriam muito prejudiciais. Com a idade, estas disposições tomaram um cunho melancólico, emprestando–lhe uma graça pensativa, que a tornava ainda mais interessante. Contudo, o pai, pressentindo o perigo, esforçou–se por lhe fortificar o caráter, habituando–a a dominar os primeiros impulsos e a suportar com calma as vicissitudes da vida"


Um amor incondicional


Durante a viagem Emília conhece Valancourt, que passa a ser sua referencia e fonte de admiração, um amor profundo nasce entre os dois mas impossível de ser vivido.


"Valancourt e Emília entendiam–se cada vez melhor e ela não podia enganar–se sobre as sensações que também compartilhava.

  Saint–Aubert, fingindo preocupar–se com os livros, contemplava, tristemente, os dois jovens, tão simples, tão nobres, tão em harmonia com a natureza que os rodeava, e que não podiam conceber a felicidade senão no enlace dos seus corações puros."


O Castelo

O Castelo de Udolfo é parte central na história, lá coisas estranhas acontecem a todo tempo, é localizado num lugar isolado, em meio a uma floresta, será um refugio e uma prisão.

"Emília examinou o castelo quase com pavor. O estilo pesado da arquitetura, as escuras e altíssimas muralhas davam–lhe aspecto imponente e terrível. A claridade do 'crepúsculo desaparecia pouco a pouco, tingindo as muralhas de púrpura. Em breve, porém, se apagou e castelo, montanhas e florestas, tudo ficou envolto em sombras."

Os Mistérios

Permeiam toda a história, são velas que se apagam sozinhas, vultos nos corredores, músicas que surgem no meio da floresta de madrugada, pinturas terríveis que não podem ser vistas sem causarem um dano psicológico.

"— Dizem que ... santo Deus! Dizem que neste quarto aparecem fantasmas.

  — Fantasmas muito habilidosos, que sabem correr ferrolhos — replicou Emília, sorrindo para ocultar o seu terror — Ontem à noite deixei aquela porta aberta e hoje de manhã encontrei–a fechada. Sabes se algum criado a fechou antes de eu me levantar?"


Os dramas

Nossa "mocinha" sofre horrores, mas se mostra forte e corajosa e vai até o fim sem trair seus princípios.

"Emília conseguira fugir à perseguição de Varezzi, fechando–se nos seus aposentos. Por vezes, atrevia–se a passear no corredor, mas o homem nunca mais apareceu." 


A História dentro da história

O Livro é cheio de personagens secundários que são explorados pela autora e deixam suas marcas no livro.
Um deles simplesmente lê um livro para passar o tempo, o que achei ótimo, porque ele lê este livro, a história é suspensa por um momento e lemos com ele, e a autora nos presenteia com uma outra pequena história.

O final

Foi digno do estilo das histórias da época sendo coerente com a trama.


Na minha opinião o livro foi ótimo, recomendo e dou cinco estrelas.

Para quem ficou interessado fiquei sabendo que está previsto um lançamento pela editora Pedra azul para este ano de 2015, segue o link.


Depois do final do livro, uma surpresa... uma lista de livros recomendados, numa outra oportunidade mostro aqui num post.

Todos os livros que dou cinco estrelas entram para minha lista de favoritos e assim finalizo.




Resumo - Os Lobos dentro das paredes/ Neil Gaiman

Essa postagem é um resumo, então terá spoilers, não leia se não quiser saber detalhes sobre a obra É um livro infantil, com uma fábul...